“Ele viu dois homens se beijando e ficou bravo”.
Foi isso o que disse o pai do responsável pelo massacre dos inocentes na boate
gay
Abraço
dos sobreviventes: ataque contra o estilo de vida das democracias e o direito
de adultos fazer o que quiserem
As informações, pelo que é possível saber até agora, são tão perturbadoras
que é até difícil acreditar. Nos Estados Unidos, em Orlando, conhecida pelos
brasileiros que levam os filhos à Disney e por outros que caem na balada, um
homem de 29 anos chamado Omar Mir Seddique Mateen matou 49 pessoas num bar
frequentado por gays e feriu outro tanto.
O pai dele, que veio do Afeganistão, disse que não houve motivação
político-religiosa. Há alguns meses, Mateen viu dois homens se beijando em
Orlando e ficou bravo. Mateen usou um fuzil tipo AR-15 e parecia ter um colete
bomba.Ele é o quinquagésimo morto, sem direito a integrar a lista de suas
vítimas. O caso está sendo tratado como “incidente terrorista”.
Esse novo massacre dos inocentes, de gente que se divertia na noite,
bebendo, dançando e fazendo tudo o que adultos têm direito a fazer por
consenso, repete de maneira doentia a matança de novembro em Paris. Na França,
foram células de militantes organizados do Estado Islâmico que mataram 130
pessoas num show de rock e em restaurantes. Nos Estados Unidos, é possível que
seja um ato de terrorismo individual.
O horror que causam é o mesmo. Ataques que miram o estilo de vida e uma
parte essencial das liberdades individuais, construídas ao longo de séculos,
nos países democráticos. Numa hora dessas, somos todos americanos, latinos,
gays, indivíduos que repudiam o obscurantismo terrorista.
Exatamente como no Bataclan, em Paris, o tiroteio na boate Pulse, que
havia convidado “latinos, latinas e todo mundo que gosta do tempero latino”,
começou quando o som da música era alto. Muitos frequentadores conseguiram sair
no meio de corpos caídos e outros se esconderam. Com medo de provocar mais
mortes, a polícia demorou três horas para entrar na boate.
Como já se tornou tragicamente comum, amigos e parentes começaram a
aparecer em volta da balada, buscando informações sobre aqueles cujos celulares
de repente ficaram mudos. Mina Justice mostrou a troca de mensagens entre ela e
o filho, Eddie.
Numa rápida sequência, ele teclou: “Mãe, eu te amo”, “Atirando na
boate”, “Preso no banheiro”. Ela diz que é para ficar lá e pergunta em qual
banheiro está Eddie. As mensagens seguintes são aterradoras: “Eu vou morrer”,
“Ele está chegando”, “Ele pegou a gente e está aqui”.
Fim das mensagens.
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Blog do Paixão